ADAPTAÇÕES DE CHAPEUZINHO VERMELHO: PERCORRENDO O BOSQUE COM PERRAULT, GRIMM E CHICO BUARQUE

Anne Caroline Machado Soares¹ - annemachadoac@gmail.com

Gabriela Fujimori da Silva¹ (orientadora) - gabriela.fujimori@ifpr.edu.br

RESUMO: Os contos de fadas são histórias, normalmente, ligadas à literatura infantil, mas que fascinam leitores diversos pelo encantamento que envolvem os cenários e as personagens, pelas simbologias que obsedam estudiosos da psicanálise, ou ainda pela sua origem, que data de tempos remotos. Dentre os contos, Chapeuzinho Vermelho é considerado cânone e, como tal, vem sendo apresentado em diferentes contextos por meio de processos de adaptação. Nesse sentido, este trabalho, de caráter qualitativo, tem como objetivo analisar a versão matriz de Charles Perrault, que data do século XVII; a narrativa dos irmãos Grimm, início do século XIX; e a versão contemporânea de Chico Buarque de Holanda, intitulada Chapeuzinho Amarelo (2011). Com base em estudos da Tradução, em pressupostos teóricos de Lefevere (1992) e Hutcheon (2006), assim como Bakhtin (1999), para discussão da intertextualidade, pretende-se discutir a transposição do texto-fonte de Perrault para as versões adaptadas de Grimm e Chico Buarque, problematizando as modificações ocorridas no texto e os possíveis elementos motivadores, tais como fatores socioculturais, ideológicos e linguísticos de cada época. Analisar-se-á ainda, a partir da perspectiva do psicanalista Bruno Bettelheim (2008), se o direcionamento dado à personagem Chapeuzinho enquanto menina inocente, rodeada de perigos, é comum às narrativas em questão. Pretende-se com este trabalho contribuir com os estudos sobre o processo de adaptação de textos literários em diferentes contextos, especialmente em se tratando de contos de fadas, evidenciando as influências adjacentes ao tempo e ao espaço em que inserem.

Palavras-chave: literatura, intertextualidade, adaptação, Chapeuzinho Vermelho

¹ Instituto Federal do Paraná - IFPR Paranavaí